BIBLIOTECA ESCOLAR X CENTRO DE MULTIMEIOS


O título desta postagem vem ao encontro de um grande dilema vivido nas "bibliotecas escolares públicas" do estado do Ceará e e outros estados brasileiros. Por qual motivo chamar o espaço que deveria ser reprodutor de informações na escola de Centro de Multimeios e não de biblioteca escolar?

A priori, o que o Estado pensa é que a biblioteca escolar é envolvida apenas por livros ou suportes impressos, enquanto o centro de multimeios está envolto em diversos suportes, o que permite uma ação mais donâmica. Porém, é sabido que o conceito atual de biblioteca escolar prega um espaço reprodutor de informacções, em variados suportes e projetos que possam satisfazer as necessidades da comunidade escolar.

Ocorre que o nome centro de multimeios, inibe a exigência de um bibliotecário nas escolas, prejudicando sensivelmente e atuação da profissão. Sem a presença de um bibliotecário, o centro de multimeios normalmente é encabeçado por professores que já estão em fim de carreira e/ou que apresentam problemas de saúde.

O fato é que a biblioteca escolar pode ser um instrumento eminentemente útil para a escola, auxiliando nas atividades culturais, de leitura, pesquisa escolar e pesquisa na internet, bem como serviços básicos de organização, disseminação e acesso à informação pelos usuários.

Para maiores conhecimentos acerca das ações da biblioteca escolar, eis o que diz o manifesto da biblioteca escolar apresentado pela IFLA:

http://www.ifla.org.sg/VII/s11/pubs/portuguese-brazil.pdf

O manifesto também está disponível nos seguintes espaços virtuais:

http://www.bprmadeira.org/imagens/documentos/File/ISBD/BIBLIOTECAESCOLAR.pdf

http://www.oei.es/pdfs/rbe6.pdf

http://www.ced.ufsc.br/bibliote/acb/manifesto_p_be.html

A Biblioteconomia precisa compreender que apenas através de uma luta política e da apresentação de projetos sociais, culturais, educativos, ambientais, dentre outros será capaz de desmistificar a desvalorização da nomenclatura biblioteca escolar e, principalmente, vai mostrar a potencialidade dessa instituição em seu caráter pedagógico, administrativo e tecnológico.

Todavia, o mais importante não é definir a nomenclatura biblioteca escolar ou centro de multimeios, mas mostrar que o potencial da biblioteca escolar visa uma atuação de forma dinâmica e precisa, ao contrário do que pensam muitos governantes, secretários de educação e cultura quando minimizam o papel da biblioteca escolar como sendo apenas uma "distribuidora de livros" em prol da exaltação do centro de multimeios. Para tanto, é de fundamental importância que o bibliotecário mostre suas perspectivas de ação atestando que é o profissional habilitado para gerir uma biblioteca escolar, centro de multimeios ou qualquer outra nomenclatura que se queira fornecer.

Portanto, o mais importante em termos sociais, educativos e pedagógicos não é o estabelecimento da nomenclatura biblioteca escolar ou centro de multimeios, mas sim a atuação de um espaço que parece estar inerte na maioria das escolas no Brasil. Agora, a partir do momento que o termo centro de multimeios inibe a importância e funcionalidade da biblioteca escolar, bem como relega o bibliotecário a um plano inferior, faz-se necessário uma reflexão de docentes, discente, profissionais e órgãos de classe da Biblioteconomia atestando a observânvia de não acatar com uma postura que desvaloriza a profissão e inibe as potencialidades de um mercado promissor para a área.

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