A abertura do curso de Biblioteconomia da UFC na região Cariri: suas implicações e perspectivas para a área

Mapa do Cariri


Caros colegas, compartilho com vocês, um texto sobre a abertura do curso de Biblioteconomia da UFC na região do Cariri. Este texto foi escrito no início de 2006, isto é, antes do início oficial do curso que se deu em 2006.2. Portanto, este texto é mais um indicador de perspectivas do que uma análise propriamente dita.

Em breve, espero escrever outro texto fazendo uma análise sobre o caminhar inicial do curso de Biblioteconomia da UFC Cariri e suas influências e importância para a Biblioteconomia cearense e regional.



Em muitos estados do Brasil especialmente os do Norte/Nordeste, os cursos de Biblioteconomia se apresentam apenas em caráter unitário quantitativamente falando. Alguns estados sequer possuem o curso de Biblioteconomia, no caso de Sergipe, por exemplo. Isso propicia algumas análises, que são prementes e que sejam levadas a cabo pelas categorias da área.


A primeira avaliação pode ser no que concerne a restrição quantitativa dos cursos no Brasil, o que de certo modo cerceia a dinamização das ações. Isso é correto? Do ponto de vista quantitativo isso pode ser verídico, mas do ponto de vista qualitativo, como seria?


Não obstante a quantidade reduzida de cursos no Brasil, é possível dar ênfase a área no que tange aos projetos sociais, mobilizações políticas, autonomia dos conselhos e associações, dentre outros aspectos. Em contrapartida é interessante abordar a seguinte questão: será que a área tem se destacado nos aspectos supramencionados e em inúmeros outros que devem fazer do curso de Biblioteconomia eminentemente reconhecido?


Como em muitos estados só temos um curso, deveria ocorrer uma concatenação efetiva das categorias, a fim de envidar os esforços necessários para ações amplas, de caráter político, social, educativo, cultural, tecnológico, etc., seja num contexto eminentemente individual e mormente no coletivo, no trabalho de grupo.


No Ceará, está sendo vislumbrada a criação de um curso de Biblioteconomia a partir da Universidade Federal do Ceará na região do CARIRI. Quais as transformações que poderão ocorrer na área a partir da instauração desse curso? Com efeito, é importante assinalar que a Biblioteconomia – UFC é soberana no que se refere a questão de empregos (mercadológica), vez que só há este curso no Ceará.


Com a estruturação de mais um curso de Biblioteconomia, a concorrência de mercado irá aumentar e as demandas de mercado, que algumas regiões do Estado exigem, poderão ser supridas com maior facilidade, face a maior quantificação. Todavia, é preciso não somente questionar a quantidade, mas sim a qualidade.


O que pode ser vislumbrado com esse novo curso? Em primeiro lugar pode-se atestar a maior produção acadêmica e o maior envolvimento nas questões sociais, políticas, culturais, ou seja, a necessidade de uma maior capacitação por parte do estudante, a fim de que seja um bom profissional, pois o aumento da demanda mercadológica deve implicar em maior capacitação (ao mesmo é o que se espera).


Isso ocorre pelo fato de estarmos lidando com um fator denominado concorrência. Como Biblioteconomia – UFC - Fortaleza é o único curso do Estado ocorre uma certa acomodação (evidentemente que isso não é generalizado), mas com a implantação desse curso, espera-se uma nova motivação entre professores e estudantes da área, objetivando uma maior integração e uma fortificação quando da necessidade de elaboração de projetos nos mais diversos setores, bem como da aquisição de conhecimentos, a capacitação acadêmica, de sorte que as exigências do mercado estão deliberando atividades mais amplas.


Outro fator onde é esperado uma forte motivação é o Conselho Regional de Biblioteconomia - CRB órgão de classe da área, pois terá um novo pólo de ação, no que tange as contribuições e mormente nas questões reivindicativas de ampliação do mercado, de valorização da profissão. Cabe a entidade supramencionada o reconhecimento da necessidade dessa atuação, buscando sair da inatividade e passividade para se constituir não somente como entidade de representação jurídico-burocrática para dar caráter existencial a Biblioteconomia, mas que se sobreponha visando um fazer jurídico-burocrático representativo, de forma política, social, cultural e educativa implicando na ampliação do próprio fazer bibliotecário, ou seja, a perspectiva de que a Biblioteconomia existe como caráter de grande importância e contribuição para a sociedade.


Assim, dentro dessa perspectiva de fomento na relação Professor - Aluno, Conselho Regional – Associação de Bibliotecários e os profissionais de Biblioteconomia, onde faz-se mister maior envolvimento social, participação mais efetiva nas comunidades, com projetos que contribuam com a sociedade, visando o reconhecimento profissional do bibliotecário em sua tessitura individual e coletiva, alimentando a concorrência.


Vale ressaltar que a alimentação dessa concorrência não deve ser aleatória e apenas por fins eminentemente mercadológicos, ou seja, a disputa pela vaga, mas que perpasse por um amplo processo de auto-avaliação, reflexão das problemáticas, envolvimento com o curso, enquanto estudante, desenvolvimento de projetos individuais e coletivos, de sorte que com esses atributos a área pode ganhar um maior reconhecimento, beneficiando a todas as categorias.


Para tanto é preciso uma maior união dessas categorias, pois do contrário, o que pode ocorrer é apenas mais um curso de Biblioteconomia e a nossa ascensão ser apenas quantitativa, relegando os aspectos de qualidade que permeiam a nossa área, mas que devem ser ainda desenvolvidos em escala muito maior do que atualmente é pode ser perceptível.


Finalmente, é importante enfatizar que as questões abordadas aqui não refletem nem encerram as expectativas da abertura de um novo curso, valendo salientar que é muito mais lato, porém, o que foi explicitado tem sua grande importância para o entendimento de outras alternativas de análise. A intenção é apenas propiciar o enfoque de uma causa importante para a Biblioteconomia no Estado do Ceará.

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PROPAGAÇÃO




Caros colegas, compartilho com vocês uma poesia, cujo título é:


PROPAGAÇÃO



É NECESSÁRIO NA SOCIEDADE UMA INTERAÇÃO

QUE PROMOVA O ESTÍMULO A EDUCAÇÃO

E VALORIZE A INTEGRAÇÃO

SE NÃO HOUVER MEDIAAÇÃO

NÃO HAVERÁ CONCRETIZAÇÃO


COM VISÃO POLÍTICA HAVERÁ INFORMAÇÃO

ACESSÍVEL A TODOS QUANDO DA SUA DISSEMINAÇÃO


A BIBLIOTECA É UM ESPAÇO DE DIVULGAÇÃO

QUE NECESSITA DE VALORIZAÇÃO

MÍDIA E GOVERNO PRECISAM FAZER UMA ACAREAÇÃO

NO INTUITO DE AMPLIAR OS LAÇOS DE DEMOCRATIZAÇÃO


PARA TANTO É NECESSÁRIO O ESFORÇO DA POPULAÇÃO

QUE PROCURE CONTRIBUIR COM A SUA PARTICIPAÇÃO

PARA VENCER AS FORÇAS QUE DERRUBAM A NOSSA NAÇÃO



Jonathas Carvalho
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A influência cultural dos EUA e países desenvolvidos sobre o mundo através do jogo eletrônico STREET FIGHTER



Não é novidade afirmar que os Estados Unidos exercem uma hegemonia monopolista desde o início do século XX, mormente depois da Primeira Guerra Mundial, que terminou em 1918. O que parece esdrúxulo é a forma com que o poder supramencionado é exercido. A força militar é considerada um baluarte para essa sociedade, pois representa o vigor de dominação, seja nos aspectos políticos, econômicos, que influem, por conseguinte em diversos fatores, dentre eles o cultural e ideológico.


Atualmente o nosso planeta passa por um hibridismo cultural eminentemente intenso. O problema é que em muitos setores há uma forte demanda de influência norte-americana que adequam muitas características da sua nação a de outras, sendo, precipuamente, os países mais pobres afetados com que essa influência cultural.


Uma forma da referida influência deu-se no início da década de 1990, com o advento do jogo eletrônico STREET FIGHTER. Este enfatizava lutadores de diversos locais do mundo, vislumbrando caracterizar alguns países. Dos EUA, havia três lutadores: um da aeronáutica, outro lutador de karatê, que enaltece o mar e a bandeira deste país e outro lutador de Boxe, estruturando um apanágio de força bélica. No Japão havia também um Karateca e um lutador de Sumô e assim por diante.


Quando chega a vez da caracterização do lutador brasileiro, é visto um lutador de cor verde, com cabelos que variavam entre verdes e vermelhos, cujo nome é Blanka. Era como se fosse um primata, em que o seu corpo não tinha um desenvolvimento nem um pouco semelhante ao homem de hoje. A história do jogo conta que o lutador foi caracterizado daquela forma em virtude de uma experiência. Porém, a pergunta que fica é: por qual motivo é um brasileiro? Não poderia ser um lutador de um país desenvolvido?


Esse jogo fez sucesso em todo mundo durante a década de 90 e a imagem transmitida do lutador brasileiro era aquela. Muitas crianças naquele período, que brincaram desse jogo, como avaliam a visão acerca dos brasileiros, atualmente, já que agora são adolescentes e até adultos?


Não que devamos ofuscar a nossa realidade, mas esta perpassa por um processo de desigualdade social baseada numa política a partir do imperialismo ianque dos Estados Unidos, onde os governos brasileiros (historicamente falando) tornam-se subservientes ao referido país, que é representado por inúmeros órgãos privados internacionais.


Assim, considero um aviltamento ao povo brasileiro a caracterização de um lutador com esses aspectos físicos. Esse jogo teve uma repercussão enorme em todo o planeta e uma visão do Brasil um tanto quanto maléfica. Acredito no hibridismo cultural, onde o “boom informacional” faz com que conheçamos outros países e continentes, partindo de sua cultura, economia, política, etc.


Com efeito, o que não podemos acatar é um país como o Brasil, que tem uma influência cultural dos Estados Unidos, vez que muitas lojas, bem, como a publicidade em grande escala financeira, que promovem ao povo brasileiro, a compulsoriedade de falar muitas palavras em inglês, de hibridar sua linguagem e cultura a dos EUA. Isso seria bom, se o sentido fosse interdisciplinar e recíproco e não uma inventiva arbitrária e unilateral do país supramencionado em globalizar sua cultura num caráter comercial.


Finalmente, percebe-se que são muitas as formas que mais parecem com arbitramento cultural do que hibridismo, em que os EUA coagem a modificação do eixo cultural de muitos países e deturpam várias imagens e o jogo STREET FIGHTER, está inserido nesse contexto.


Jonathas Carvalho

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