Informação: muitos conceitos e poucas definições?

O tema desta postagem, embora pareça ser pejorativo, ocorre em alusão ao significado do termo informação. Muito se fala sobre este termo, mas pouco se compreende sobre suas concepções teórico-práticas. Muito se conceitua e pouco se define de fato. Aduzimos aqui definir como decidir, esclarecer, ou seja, as centenas conceituações referentes ao termo informação mais confundem do que esclarecem ao leitor o seu significado.

Mas qual o motivo dessa confusão? Inicialmente, pelo fato de que cada área do conhecimento trata a informação numa perpsectiva peculiar, o que torna difícil a generalização ou maior abrangência de um conceito. Em segundo lugar pelo fato de que a informação não se embasa apenas pelo seu conceito, mas também pela sua natureza (características, objetivo) e pela sua consistência epistemológica (sua concepção teórico-científica e sua aplicabilidade na vida cotidiana, pessoal, profissional/mercadológica).

Isto implica dizer que a informação precisa ser dimensionada em tópicos para ser entendida, haja vista as polêmicas introduzidas em cada área do conhecimento. O que se tratar com a informação? É o seu aspecto organizacional? Político? Econômico? Social? Cultural? Científico? Cotidiano? Ou a junção de alguns desses fatores?

O fato é que todos esses aspectos citados levam a uma concepção epistemológica e de aplicabilidade: disseminação e acesso. A informação não teria sentido se não produzisse ao ser humano variantes organizacionais, disseminadoras e de acessibilidade.

O que isso significa? Simplesmente que a partir desta análise torna-se um pouco mais clara a conceituação do termo informação. Partindo desse pressuposto de dimensionar o que se quer com a informação, entende-se que o termo em questão significa algo dotado de sentido, emitido por alguém e entendido por algum receptor. Porém, essa inteligibilidade do receptor não significa dizer necessariamente que a informação seja mais coerente ou correta para o que se quer aplicar ou atuar (deixemos essa discussão do valor da informação para a próxima postagem que complementa a idéia desta postagem).

Então, se a informação é algo dotado de sentido significa dizer que para ser compreendida pelo receptor é preciso que este dimensione a sua natureza e condição aplicativa, significando que o receptor deva ter uma visão macro que envolve a condição epistemoplógica da informação e uma visão micro que envolve a sua aplicabilidade.

Para maiores esclarecimentos sobre o termo informação indicamos algumas referências que podem ajudar o leitor a compreender de forma mais precisa a envolvência desta palavra tão complexa e ao mesmo tempo fascinante:

CAPURRO,R.Epistemologia e Ciência da Informação. In:V ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO,5., Belo Horizonte,2003. Anais...Belo Horizonte:Escola de Ciência da Informação da UFMG,2003.

CARDOSO, Ana Maria Pereira. Pós-modernidade e informação: conceitos complementares? Revista Perspectiva em Ciência da Informação, Belo Horizonte – MG. V. 1, n 1, jan/jun., 1996.

MATHEUS, Renato Fabiano. Rafael Capurro e a filosofia da informação: abordagens, conceitos e metodologias de pesquisa para a Ciência da Informação. Perspect. Ciênc. Inf., Belo Horizonte, v.10,n.2,p.140-165, jul./dez.2005.

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