Quem foi Ramiz Galvão?



Se você sempre teve curiosidade em saber quem foi Ramiz Galvão, aí vai: Benjamin Franklin R. G., barão de Ramiz, médico, professor, filólogo, biógrafo e orador, nasceu em Rio Pardo, Rio Grande do Sul, em 16 de Junho de 1846, e faleceu no Rio de Janeiro em 9 de Março de 1938.


Bacharelado em Letras aos 19 anos escreveu o seu grande livro, O Púlpito no Brasil, publicado em 1867. Formou-se em medicina em 1868. Gozou da amizade de D. Pedro II desde os anos escolares. De 1882 a 1889, foi preceptor dos príncipes imperiais, netos de D. Pedro II e filhos do Conde d’ Eu e da Princesa Isabel. Teve assim ocasião de conviver com o Imperador, que o chamou a exercícios de cargos honrosos. Realmente Ramiz Galvão teve, tanto no Império como na República, ocasião de ocupar cargos importantes, graças à sua capacidade de trabalho, valor intelectual e profunda cultura. Por decreto do governo imperial de 18 de Junho de 1888, recebeu o título de Barão de Ramiz.


Dirigiu a Biblioteca Nacional. Por duas vezes, foi diretor geral da Instrução Pública do Distrito Federal. Foi também o primeiro Reitor da universidade do Brasil. Nos doze anos que dirigiu a Biblioteca Nacional, organizou a exposição camoniana de 1880 e a de História do Brasil, no ano seguinte com os respectivos e preciosos catálogos. Também promoveu a publicação dos anais daquela repartição. Uma marca da administração de Ramiz Galvão que merece enaltecimento é a realização de concursos públicos, em especial de bibliotecários, exigindo conhecimentos de História Universal, Geografia, Filosofia, Bibliografia, Iconografia, Literatura, Catalogação de Manuscritos e traduções do Latim, Francês e Inglês, tendo como primeiro aprovado no concurso para bibliotecário, o historiador Capistrano de Abreu. Organizou o Asilo Gonçalves de Araújo, instituição destinada a educar crianças pobres, conforme vontade expressa do seu doador, e foi seu diretor desde 1899 até 1931.


A presença de Ramiz Galvão na história da filologia ficou marcada com o seu vocabulário etimológico, ortográfico e prosódico das palavras portuguesas derivadas da língua grega, publicado em 1909, suscitando polêmicas vivazes. Só entrou p ara a Academia em 1928, aos 82 anos. Já havia concorrido em 1912 à vaga do barão de Rio Branco, quando perdeu para Lauro Muller, fomentando o afastamento de José Veríssimo das atividades acadêmicas, inconformado com o pleito. Na academia, fez parte da comissão do dicionário (1928), da Comissão de Gramática (1929) e foi o presidente (1934). Um exemplo de profissional plural a ser seguido.


Obras: Biografia do Frei Camilo de Moserrate (1887) O poeta Fagundes Varela, conferência (1920); Teatro Educativo, Ensaio (1938. Traduziu a A Retirada da Laguna da 3 ed. francesa do Visconde de Taunay (1919).

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